sábado, 28 de abril de 2007

sexta-feira, 27 de abril de 2007

casa

no meio de todo este escuro estamos ali, pequeninos...
estamos ali juntos...


sai!

às vezes gostava de poder
deixar a cabeça em casa quando vou para o trabalho
deixar a cabeça no trabalho quando volto para casa

quinta-feira, 26 de abril de 2007

25 de Abril

ontem fomos comemorar o 25 de Abril à nossa maneira
a tocar guitarra e cantar canções revolucionárias, no parque
(para a próxima só temos que ensaiar um pouco, antes...)


quarta-feira, 25 de abril de 2007

todo o terreno

ontem fui andar de karts de cross, em pista de terra!
parecia que estava a jogar Sega Rally nas máquinas,
guinada para aqui, guinada para ali!



faziam-se todas as curvas em contrabrecagem com o carro a fugir!
foi carito mas valeu a pena!!


segunda-feira, 23 de abril de 2007

em apenas um segundo







mais um dia

aquí estou,
o corpo inerte derramado na cadeira

o corvo

hoje aterrou um corvo enorme junto de nós,
quando tomávamos o pequeno almoço...
e, lembrei-me:

numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
e já quase adormecia, ouvi o que parecia
o som de alguém que batia levemente a meus umbrais
"uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
        é só isso e nada mais."

ah, que bem disso me lembro! era no frio dezembro,
e o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
p'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais —
essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
        mas sem nome aqui jamais!

como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo,
"é uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
        é só isso e nada mais."

e, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
que mal ouvi..." e abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
        noite, noite e nada mais.

a treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
e a única palavra dita foi um nome cheio de ais —
eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
        isto só e nada mais.

para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.»
meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
        "é o vento, e nada mais."

abrí então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais,
num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais.
        foi, pousou, e nada mais.

e esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
com o solene decoro de seus ares rituais.
"tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
        disse-me o corvo, "nunca mais".

pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
mas deve ser concedido que ninguém terá havido
que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais,
ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
        com o nome "nunca mais".

mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
perdido, murmurei lento, "amigo, sonhos — mortais
todos — todos lá se foram. amanhã também te vais."
        disse o corvo, "nunca mais".

a alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"por certo", disse eu, "são estas vozes usuais.
aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
e o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
        era este nunca mais."

mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
e, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
        com aquele "nunca mais".

comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
à ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
no veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
        reclinar-se-á nunca mais!

fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso
que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
o esquecimento; valeu-te. toma-o, esquece, com teus ais,
o nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
        disse o corvo, "nunca mais".

"profeta", disse eu, "profeta — ou demónio ou ave preta!
pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais,
dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
        disse o corvo, "nunca mais".

"que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "parte!
torna à noite e à tempestade! torna às trevas infernais!
não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
minha solidão me reste! tira-te de meus umbrais!"
        disse o corvo, "nunca mais".

e o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
no alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha,
e a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais,
e a minh'alma dessa sombra, que no chão há mais e mais,
        libertar-se-á... nunca mais!

(tradução de Fernando Pessoa para um poema de Edgar Allan Poe)

domingo, 22 de abril de 2007

mais uma volta, mais uma viagem

amanhã começa uma nova semana...
espero que o meu chefe tenha lido o meu e-mail
ultra pormenorizado com o ponto da situação...
senão, lá tenho que continuar a inventar que fazer!

gato borralheiro

cozí uns pães no forno para o pequeno-almoço
pus uma máquina de roupa a fazer (a 2a vai depois de almoço)
limpei o quarto (e pus o tapete para lavar, finalmente)
limpei a sala e arrumei a cozinha (loiça lavadinha)
e preparei um belo almoço domingueiro português!
dá trabalho mas sabe bem, ver a casa limpa, a roupa lavada...



e agora vou comer uma bela feijoada feita no forno!
(muito obrigado à professora pela receita)

digam lá que não casavam comigo! (se fosse tão simples assim...)

o Reno vinhateiro

hoje, para aproveitar o bom tempo que tem estado
resolvemos apanhar o combóio e dar uma volta

fomos a Rüdesheim, terra de vinhas,
no vale do Reno Médio (patrimonio mundial!)
que fica pouco abaixo da zona que visitámos antes
é uma cidade castiça, com umas vistas porreiras



e descobrimos que de Rüdesheim saem uns cruzeiros de barco,
que permitem visitar muitos dos castelos a beira Reno...
esta fica na lista de coisas a experimentar!

fomos ainda a Wiesbaden, capital do estado de Hesse
cidade ampla, com vários jardins enormes
e a tal pastelaria portuguesa (Pastelaria Lisboa)
que por sinal não estava lá no número marcado...
tinha fechado e os donos voltaram para Portugal (que grande melão)

sexta-feira, 20 de abril de 2007

post potencialmente perigoso!!

atenção, cuidado!
antes de continuarem a ler este post, certifiquem-se que
têm algum tempo
têm uma ligação à net rápida (ou então muito tempo)
não estão quase a atingir o limite de downloads

se cumprem as condições acima descritas, sigam este link
(eu avisei, estes videos são como os cachos de uvas...)
http://www.youtube.com/watch?v=pP1X-O2eFhE

terça-feira, 17 de abril de 2007

quero mais!

cheguei agora ao meu gabinete
e lá fora está um velhote alemão a cortar a relva...
lá vai ele sistemáticamente precorrendo o canteiro
para a frente e para trás

será que ele ainda tem grandes ambições?
será que ele tem um jardim só dele?
será que é isto que gosta de fazer, gosta de ser jardineiro?
espero que sim, que seja feliz...

mas e se não?
ser-lhe-ia indiferente andar a fazer outra coisa qualquer?
ou perdeu há muito tempo os sonhos que tinha,
os seus projectos, as suas ambições?

e pergunto-me: será que alguma vez vou desistir?
estar permanentemente insatisfeito é cansativo...
ambicionar algo mais é duro, frustrante às vezes!
mas desistir, entregar as armas,
é isso que mais destrói!

não quero desanimar! não vou desanimar!
no dia em que desistir, acabei
só posso desistir no dia em que acabar!

domingo, 15 de abril de 2007

espairecer

este fim de semana esteve sol e bastante calor!
as esplanadas já ocupam grande parte das ruas
e o alemão lá passa as tardes a beber
ou vai para o jardim ler, apanhar sol, jogar à bola

eu, farto de estar em casa a remoer
fiz como os locais:
fui também para o parque, ler, descansar

soube bem passar o domingo a apanhar sol!
mas falta o ar, o cheiro, a frescura do mar...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

a terra do chocolate, dos relógios e dos canivetes

foi um belo fim de semana de quatro dias
com muito sol, paisagens bonitas e bons amigos!

entrámos na Suiça por Basel, onde dormimos na primeira noite
depois descemos para os primeiros lagos, passando por Neuchâtel
continámos até Lausanne (que vista magnífica, so foi pena a névoa)
e acabámos a dormir em Genève (provámos o belo fondue de queijo!)



vistámos a zona "costeira" e saímos direitos a Montreaux (por França)
(claro que antes abastecemos o carro... com gasolina Suiça a 1€/litro)
e depois a Fribourg (cidade bonita com uma zona antiga espetacular)
finalmente fomos dormir à capital, Berna (na zona antiga, no centro)



a parte antiga, apesar de bonita, é toda muito igual (cor de verdete)
demos umas voltas e saímos em direcção aos Alpes para Interlaken
finalmente, nas grandes montanhas que só tinhamos visto ao longe
mas acabámos por não subir muito (apartir dos 1000m só de combóio)
para subir ao Jungfrau era muito caro para tão pouco tempo (~100€)
e assim, seguimos para Luzern, para dormir a última noite



vímos um pouca da cidade e voltámos a partir, com pena...
nao chegamos a subir ao Pilatus mas fica prometida a volta
e umas caminhadas a 200m no cimo do pico!!
antes de voltar para casa, tomámos um café em Zurique
e ainda passámos pelas maiores cataratas da Europa (Rheinfalls)



ficam agora as saudades das paisagens impressionantes
e a vontade de repetir...
na Austria parece-me bem!!



terça-feira, 10 de abril de 2007

um belo fim de semana

e mais, só conto a quem interessa

quarta-feira, 4 de abril de 2007

visitas

esta páscoa vai ser diferente das últimas:
não vou estar em casa
vou estar com o meu irmão e com os amigos
vou dar uma voltinha!